sexta-feira, abril 21

A alguém.....

Ainda não foi esta semana que concluí o arranjo deste espaço, mas prometo que mais dia menos dia isso vai acontecer.
Para manter vivo o desejo de lhe dar vida, permito-me oferecer este poema de A. Feio




Sem ti, a minha vida era um torpor!...
Sem ti, a minha vida era um calvário!
O que seria eu, ó amada flor,
Se não fosses p`ra mim o meu sacrário!
Se não fosses p`ra mim o grande amor,
Cuja chama alimenta o lampadário,
Que nos dá a eterna graça do Senhor?
Acabaria então o meu rosário!...
Oh! Nunca acabará, senhor , ó Deus,
A chama que ilumina os olhos meus,
Porque há-de, eternamente, em mim viver!
Mesmo que a vida perigue ou perca altura,
Mesmo que o corpo baixe á sepultura,
A nossa alma não pode morrer.
Saibamos aproveitar a vida, que é efémera, tratando da alma que , eventualmente ???, poderá ser eterna.
Até um destes dias. Divirtam-se, porque faz muito bem á alma.

terça-feira, abril 11

As derrapagens

Amigos:

As derrapagens tão habituais neste jardim á beira mar plantado, também têm repercursões na construção deste blog. Derrapagens de "know how" no que concerne aos conhecimentos necessários para um canto acolhedor, mas que tenho espererança possam ser ultrapassados a breve trecho.
Para de certo modo ,amenizar a aridez deste espaço, permitam-me a reprodução de um poema de Sophia de Mello Breyner, actual, e até quando:

O primeiro tema da reflexão grega é a justiça
E eu penso nesse instante em que ficaste exposta
Estavas grávida porém não recuaste
Porque a tua lição é esta: é fazer frente
Pois não deste homem por ti
E não ficaste em casa a cozinhar intrigas
Segundo o antiquíssimo método oblíquo das mulheres
Nem usaste de manobra ou calúnia
E não serviste apenas para chorar os mortos
Tinha chegado o tempo
Em que era preciso que alguém não recuasse
E a terra bebeu um sangue duas vezes puro
Porque eras mulher e não somente a fêmea
Eras a inocência frontal que não recua
Antígona poisou a sua mão sobre o teu ombro
No instante em que morreste
E a busca da justiça continua
Uma Páscoa Feliz para todos, e que possamos pensar um pouco no que o poema acima nos pode transmitir.
Até um destes dias
11 de Abril de 2006